Hoje eu só tenho palavras para agradecer!
Depois de 45 de pré-venda, 2 meses de newsletter, e mais os esforços de divulgar o livro nas redes sociais (uma amiga me disse outro dia que eu virei influencer kkk), a campanha de financiamento do meu novo livro foi um sucesso!
Além disso, estou (finalmente) de férias! Mais um motivo para celebrar! Hoje a news será repleta de pontos de exclamação!!!
Brincadeiras à parte, sinto que a finalização da campanha de pré-venda também inaugura um novo momento para mim. Não só porque agora o livro será lindamente editado (!!!) pela Toma Aí Um Poema, mas porque publicizar esse livro tão íntimo está me dando um outro entendimento sobre a literatura e sobre a minha parte nela.
Quando digo minha parte, digo enquanto leitora e escritora, porque as palavras devem ser partilhadas - particípio do verbo partilhar. Participar da partilha de palavras é um ato de cidadania. Entendi isso melhor no encontro com o Jeferson Tenório no Clube Contempô (alô Rio de Janeiro, quem quiser participar de um clube de leitura, chega mais).
Já nutria o desejo de participar de um clube de leitura faz um tempo, e mês passado tomei a coragem de aparecer, mesmo sem ter lido o livro do mês (Memória de menina, da Annie Ernaux, que li depois e amei!). O último encontro, sobre o livro De onde eles vêm, do Jeferson Tenório (recomendo!), contou com a ilustre presença do autor. Ouvir a percepção de outros leitores sobre a obra e o próprio autor contar sobre o processo de construção da narrativa foi um privilégio e tanto.
A leitura e a escrita, ao contrário do que se pensa comumente, não precisam ser exercícios solitários. O ato de leitura já é, em si, uma partilha, uma conversa. Mas quando expandimos essa conversa, trocando olhares e palavras com os outros, isso faz o livro ganhar ainda mais sentidos. Nós, que amamos os livros, sabemos o quanto a leitura nos forma e transforma. Partilha-la, portanto, é abrir-se a um processo de (trans)formação coletivo. Quando minha voz se soma às outras, criamos um coro que faz ressoar histórias e vidas.
Já a escrita pode soar como uma orquestra de um só, um mergulho pra dentro. No entanto, escrever é, intrinsecamente, relação. Relação entre as palavras. Relação entre as experiências que se imprimem em nós e ficam em banho maria para engrossar o caldo da ficção. Relação entre os seres emaranhados, cada qual um mundo, uma história. Como disse Marguerite Duras, em seu incrível ensaio Escrever:
À nossa volta, tudo escreve, é isso que se deve perceber, tudo escreve, a mosca, ela também escreve, sobre as paredes, ela escreveu bastante na luz da grande sala, refratada pelo tanque. A escrita da mosca era capaz de sustentar uma página inteira.
Como pode, então, a escrita ser solitária se tudo à nossa volta escreve? Até mesmo uma mosca insignificante ao olhar desatento. A escrita é palimpsesta, ou seja, ela se inscreve sobre o rastro de outras escritas. Escrevo com os outros. E também para os outros, para que as palavras sejam, enfim, partilhadas. Porque as palavras a ninguém pertencem e são nosso bem mais precioso.
Por isso, eu agradeço. Agradeço às palavras. Agradeço à pulsão que me mantém a elas enredada e à coragem de tramá-las com tudo que escreve ao meu redor. Agradeço aos que se aventuram na leitura e se permitem transformar pela palavra. Juntos, ressoamos novos mundos em partilha.
Agradeço especialmente a todo mundo que apoiou a campanha de pré-venda do meu romance As enormes mandíbulas e a todo mundo que têm me acompanhando aqui pela newsletter! Vocês são incríveis e fazem a palavra rede ganhar um sentido muito mais afetivo do que os algoritmos poderiam supor.
Obrigada, obrigada, obrigada!
Se você, por ventura, ainda não adquiriu o meu livro As enormes mandíbulas, ainda restam algumas horas para apoiar. O link é esse: benfeitoria.com/mandíbulas
Se você mora no Rio de Janeiro e tem interesse em participar de um clube de leitura, conheça o Clube Contempô (@clubecontempô).
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Até breve!
Beijos,
Dani